No banco amarelo, entre o barulho do motor Scania e o calor dos dias úteis, Thadeu C Santos escreve em movimento. Mistura Bíblia com novela, crítica literária com conversa de ponto de ônibus, Hilda Hilst com Deize Tigrona, compondo um livro que é ensaio, crônica, poesia e autoficção ao mesmo tempo. A cada parada, o texto se abre para o acaso: a mensagem de celular, o letreiro publicitário, a lembrança. Nessa escrita em trânsito, o poeta revela que a literatura também nasce das contradições, dos ruídos e das interrupções — dos gestos simples que constroem o trajeto.