Oscilando entre o drama psicológico, o horror social e especulativo, os contos deste livro expõem o desconforto e a fragilidade da psique e dos laços sociais. São histórias sobre mentes perturbadas e corpos marcados. O horror se arrasta pelas rachaduras do cotidiano e se instala nos transtornos, nas fobias, nas crises existenciais e nos traumas. Dividido em três partes, as narrativas fragmentadas acompanham personagens inseridos em espaços e experiências que desenham e moldam os seus vazios, tragando-os para abismos tão profundos que não conseguem escapar, atravessando limites que não deveriam ser cruzados — gerando cicatrizes irreparáveis. Não há explicações. Não há alívio. Apenas a presença constante daquilo que falta. Entrelaçado com o zumbido urbano de Iguaturi e a atmosfera rural e enigmática de Votuuna, o horror delineado em Vazios… versa sobre paranoias, transtornos mórbidos, a própria necessidade básica de comer — que falta a muitos de nós. Em sorvedouros, buracos imensos crescem à medida que lidamos com o desconhecido, no luto, no outro. O resultado se manifesta em traumas: respostas que não controlamos. Vazios internos é um retrato dos agentes que muitas vezes não vemos claramente, mas que moldam tudo. É uma viagem pelos vazios que carregamos e evitamos encarar. É como abrir a porta procurando um monstro que, na verdade, está dentro de nós.